terça-feira, janeiro 23, 2007

LITANIA DOS POBRES

LITANIA DOS POBRES

Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos.

São espetros implacáveis
Os rotos, os miseráveis

São prantos negros de furnas
Caladas,mudas,soturnas.
“...”
As sombras das sombras mortas,
Cegos,a tatear nas portas.

Procurando o céu, aflitos.
E varando o céu de gritos,

Faróis à noite apagados
Por ventos desesperados.

Inúteis,cansados braços
Pedindo amor aos espaços

Mãos inquietas estendidas,
Ao vão deserto das vidas.

Figuras que o santo ofício
Condena a feroz suplício.

“...”
Ó pobres!Soluços feitos
Dos pecados Imperfeitos!

Vai enchendo o estranho mundo
Com o seu soluçar profundo.

“...”
Que através das rotas vestes
Trazeis delícias celestes.

Que as vossas bocas de um vinho
Prelibam lodo o carinho...

Que os vossos olhos sombrios
Trazem raros amavios.

Que as vossas almas trevosas
Vêm cheias de odor das rosas.

“...”
Que já livres de martírios
Vêm festonadas de lírios.

Vêm nimbadas de magias,
De morna melancolia,...

Cruz e Souza.

2 comentários:

Anônimo disse...

gostei do poema colocado .Paulo Roberto

Anônimo disse...

De muito bom gosto o poema...
Sucesso...
Lilian.